Mais comum do que se imagina, o presenteísmo no trabalho está relacionado aos profissionais que estão fisicamente na empresa, mas totalmente desconectados, com a cabeça em outro lugar. O resultado disso, claro, é a queda brusca do rendimento e da qualidade de vida do colaborador, assim como da produtividade da organização.
O problema atinge tanto homens quanto mulheres e costuma dar alguns sinais clássicos de que está instaurado. Um bom exemplo é a pressa acima do normal para ir embora que passa a ser apresentada com frequência entre os membros da equipe.
Principais causas do presenteísmo no trabalho
O presenteísmo pode ser provocado por inúmeros fatores. Um dos principais está relacionado à falta de reconhecimento da empresa em relação aos esforços empregados pelo colaborador em sua função. Há, também, o excesso de críticas por parte dos superiores ou mesmo de outros colegas de trabalho.
Ambos os casos levam o profissional a interiorizar suas emoções, fazendo com que ele passe a desempenhar suas tarefas sem qualquer comprometimento ou dedicação. Como consequência, ele passa a procrastinar, não cumpre seus compromissos e comete erros tidos como básicos, especialmente por realizar tudo automaticamente.
Nessa hora, muitos gestores se perguntam: “Mas se eles estão tão insatisfeitos, por que simplesmente não trocam de emprego?”
A resposta para isso é muito simples: diante da atual escassez de oferta de empregos em nosso país e do fato de que a maioria das pessoas com presenteísmo tem acima de 35 anos, arriscar uma mudança gera medo e insegurança. Portanto, estar presente, pelo menos fisicamente, torna-se uma forma de proteção de quem tenta manter seu emprego acima de tudo.
Sinais mais comuns do presenteísmo
O presenteísmo está diretamente ligado ao estresse negativo e se manifesta por meio de sintomas físicos, emocionais e comportamentais. Entre os sinais mais comuns estão:
• Desmotivação;
• Insatisfação;
• Ansiedade;
• Angústia;
• Falta de concentração;
• Cansaço;
• Dores musculares e de cabeça.
É importante ressaltar que, em casos mais extremos, há pessoas que começam a abusar do consumo de álcool e até de medicamentos para “encontrar” alívio para suas dores físicas e emocionais.
Quais as consequências do presenteísmo para a empresa?
No absenteísmo, temos a falta efetiva do funcionário, que pode gerar desde descontentamento e acúmulo de tarefas para os demais colaboradores até gastos com afastamento e despesas médicas.
No caso do presenteísmo, como dissemos, o profissional está presente, mas ao não executar suas tarefas, pode gerar atritos entre os membros da equipe. Além disso, dependendo do segmento e da função exercida, até mesmo os clientes podem ser diretamente lesados devido à procrastinação e o descomprometimento do colaborador.
Vale ressaltar, também, que o problema pode ser uma importante causa de turnover, especialmente quando está relacionado a algo que precisa ser melhorado dentro da estrutura organizacional.
Por fim, a falta de comprometimento com a produtividade pode causar danos na imagem da empresa perante o mercado.
Como fazer para atenuar ou evitar o presenteísmo?
Um dos primeiros passos para atenuar, ou mesmo eliminar o quadro de presenteísmo, é estar atento para identificar os seus sinais. Fazendo isso, uma conversa franca, direta e aberta com o funcionário pode ser a chave para resolver a questão.
O colaborador, por exemplo, pode estar insatisfeito com alguma tarefa que esteja executando, mas se sente apto e disposto para desempenhar outra. Nesse caso, uma simples troca de atividade pode gerar bons resultados.
Vale a pena lembrar que uma das principais causas do presenteísmo está no desequilíbrio entre o esforço depositado pelo trabalhador e o retorno, ou reconhecimento, por parte da empresa. Por isso, o diálogo é tão importante para saná-lo.
Também é fundamental prevenir o problema por meio de estratégias voltadas para a redução do turnover, como, por exemplo:
• Investir em benefícios como assistência médica ou odontológica;
• Oferecer suporte em diferentes áreas, como jurídica ou psicológica;
• Promover ações de reconhecimento, incentivo e treinamentos motivacionais;
• Reavaliar o ambiente de trabalho, oferecendo melhores condições ergonômicas, de segurança e de convivência;
• Incentivar o autocuidado, a prática de atividades físicas e uma alimentação mais saudável.
O presenteísmo no trabalho é uma realidade que, infelizmente, atinge diversas empresas. Olhar o funcionário de uma maneira mais humanizada e descobrir a causa de seu problema é essencial para resolver a questão.
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