5 maneiras de melhorar o bem-estar no local de trabalho
A professora de psicologia da Yale University e apresentadora do podcast The Happiness Lab, Laurie Santos, capturou a atenção do público no segundo dia do evento com o painel “Five ways to improve well-being in the workplace: emerging trends from the science of happiness“. De acordo com dados recentes apontados pela painelista, mais de 40% dos estudantes universitários nos Estados Unidos relatam estarem muito deprimidos para exercer suas atividades no dia a dia.
Diante dessa realidade, Santos apresentou cinco dicas embasadas pela Ciência da Felicidade para garantir maior bem-estar na relação com o trabalho.
1. Reconhecimento e manejo de emoções negativas
Santos destaca que é crucial reconhecer e aceitar emoções negativas ao invés de ignorá-las ou reprimi-las. Este passo envolve compreender que sentimentos como frustração, ansiedade ou tristeza são naturais e devem ser encarados como indicadores para ação ou mudança.
2. Repensar a noção de produtividade
A especialista propõe uma reflexão sobre a ideia de que estar constantemente ocupado é sinônimo de ser produtivo. A partir dos estudos da pesquisadora Ashley Williams, três conceitos são destacados: “time confetti”, que impede o sentimento de realização por quebrar o dia em várias atividades; “time famine”, que se refere à urgência de várias demandas em pouco tempo; e o “time affluence”, que representa reservar um tempo para fazer o que realmente faz bem para a própria qualidade de vida.
3. Autocompaixão
Essa dica enfatiza a importância de tratar-se com gentileza e compreensão, especialmente em momentos de erro ou falha. A autocompaixão envolve se perdoar e se tratar com a mesma empatia e cuidado que ofereceríamos a um amigo em dificuldade.
4. Alinhamento entre valores pessoais e trabalho
A satisfação no trabalho é maior quando há uma conexão clara entre os valores pessoais do indivíduo e os da organização. Isso significa procurar oportunidades de trabalho que não apenas desafiem e engajem, mas que também ressoem com o que é importante para a pessoa.
5. Construir relacionamentos significativos
Ter relacionamentos sólidos e significativos com colegas pode aumentar a felicidade e a satisfação no trabalho, além de promover um ambiente de apoio mútuo. Estas relações podem servir como uma rede de apoio em tempos de estresse, além de fomentar um sentido de comunidade e pertencimento dentro da organização.
Cultivando o bem-estar em ambientes de trabalho modernos
O painel “Thriving at Work: Nurturing Wellbeing in Modern Workplaces” reuniu grandes nomes do mercado como Gayatri Agnew, Diretora Sênior e Chefe do Centro de Excelência em Acessibilidade do Walmart; Megha bansal Rizoli, Diretora na Prática de Mobilização de Empregadores no Jobs for the Future; Jen Fisher, Líder de Sustentabilidade Humana na Deloitte; e Van Jones, cofundador do Rapport.co.
Os especialistas discutiram como as empresas podem se adaptar às transformações do mercado de trabalho para promover uma cultura de bem-estar eficaz. Apesar do crescente diálogo sobre bem-estar, muitas organizações ainda lutam para traduzir as conversas em ações concretas que impactem positivamente seus colaboradores. Isto é: ainda há uma desconexão significativa entre as intenções das empresas e a realidade vivenciada pelos funcionários, muitos dos quais ainda não sentem os benefícios dos programas de bem-estar implementados.
Para abordar essas questões, o painel ofereceu duas dicas principais. A primeira fala sobre a necessidade de uma liderança que verdadeiramente reflita os valores da empresa, demonstrando através de ações diárias que todos na organização são valorizados. Pequenas atitudes no dia a dia, como cumprimentar todos em uma sala em vez de apenas alguns, não abrir mão dos seus períodos de descanso e sempre checar se seus colaboradores não estão ultrapassando o horário do expediente, já são significativas para que as pessoas se sintam realmente incluídas.
A segunda dica fala sobre a importância da empatia na gestão, sugerindo que uma compreensão mais profunda das experiências individuais dos colaboradores pode levar a um ambiente de trabalho mais engajado e produtivo.
Por fim, a discussão também incluiu o desafio de liderar equipes remotas e a importância de ferramentas de gestão atualizadas que possam abordar as necessidades dos trabalhadores na era digital. Seguindo a nova realidade do mercado de trabalho, Van Jones abordou os desafios de liderar equipes remotas: “A palavra ‘remota’ nunca foi usada de maneira positiva. Onde fica o local? Em um lugar remoto. Que tipo de pessoa ele é? Meio remoto (distante). Quais são as chances de eu conseguir esse trabalho? Remotas”. De acordo com o especialista, a própria nomeação já indicava que a implementação do modelo seria desafiadora.
A IA foi apontada como um recurso potencial para ajudar a identificar e atender essas necessidades, garantindo que as práticas de bem-estar sejam efetivamente implementadas.
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