Garantir o acesso a medicamentos é um dos pilares essenciais para a promoção da saúde e qualidade de vida das pessoas. No entanto, essa realidade está longe de ser uma regra para todos. Milhões de indivíduos enfrentam diariamente o desafio de não poderem pagar pelos medicamentos necessários para suas condições de saúde.
E você já parou para pensar que além de impactar a saúde física, a falta de recursos para comprar medicamentos também pode ter um impacto em nosso bem-estar emocional, saúde mental e até mesmo na produtividade no ambiente de trabalho?
Continue a leitura e entenda!
Não poder pagar pelos medicamentos é uma fonte diária de estresse
Nos Estados Unidos, aproximadamente 18 milhões de pessoas vivem a realidade angustiante de não poder arcar com os custos dos medicamentos essenciais para suas condições de saúde. Para essas pessoas, os preços dos medicamentos e dos serviços de saúde representam uma fonte diária de estresse e ansiedade. De acordo com uma pesquisa da Gallup, 94% dos entrevistados que enfrentam essa situação relatam que a questão dos preços dos medicamentos e tratamentos médicos é uma preocupação constante em suas vidas.
Essa pressão financeira também está diretamente ligada a um declínio no bem-estar total. A organização Mental Health America observou um aumento de 500% nas triagens de saúde mental em apenas dois anos, revelando como a dificuldade em obter tratamentos adequados pode afetar negativamente a saúde mental das pessoas.
A realidade brasileira
Se nos Estados Unidos a falta de acesso a medicamentos é uma realidade preocupante, no Brasil o cenário não é muito diferente. O alto custo dos tratamentos médicos tem se tornado uma barreira para milhões de famílias, comprometendo não apenas a saúde física, mas também o bem-estar emocional dos brasileiros
“A gente sabe que hoje os medicamentos são caros, e muitos deles são de alto custo. Isso traz uma angústia muito grande para as pessoas. Além disso, nós não temos um serviço de saúde pública que consegue nos ajudar sempre. Pra você conseguir um remédio, às vezes você demora muito tempo, é um processo muito burocrático. Por isso, garantir o acesso ao medicamento realmente faz muita diferença no bem-estar emocional”, comenta a médica e Gerente de Saúde Ocupacional da Mars, Regina Sobreiro.
Nos últimos 10 anos, os custos dos medicamentos sofreram um aumento acumulado de 85%. Diante deste panorama, os gastos com medicamentos representam em média cerca de 46% do total de despesas de saúde das famílias brasileiras. Para as famílias mais pobres, o peso é ainda maior, representando 84% dos custos com saúde. Essa realidade reflete a difícil escolha que muitas pessoas enfrentam diariamente: optar entre cuidar de sua saúde adequadamente ou enfrentar dificuldades financeiras.
Um estudo do Banco Mundial apontou que mais de 10 milhões de brasileiros caem na pobreza a cada ano devido aos gastos com saúde, incluindo a compra de medicamentos essenciais. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram se as despesas com saúde reduziam a capacidade de consumo da família a menos de 60% da média nacional.
Pulando doses para economizar: um dilema preocupante
Em meio à pressão financeira, muitas pessoas se veem em um dilema preocupante: pular doses de medicamentos prescritos como uma forma de economizar dinheiro. Pesquisa da Gallup revelou que 10% dos entrevistados recorrem a essa prática. No entanto, tal comportamento pode acarretar graves consequências para a saúde e agravar as condições existentes, gerando impactos emocionais negativos.
Aqueles que possuem três ou mais condições crônicas são os mais afetados, sendo que 18% relatam não conseguir pagar pelo medicamento prescrito. Esse cenário coloca essas pessoas em uma situação de vulnerabilidade constante, impactando diretamente seu bem-estar emocional e qualidade de vida.
“Infelizmente, esse é um tipo de caso muito comum. Por exemplo: a pessoa precisa tomar 14 comprimidos de antibiótico, mas compra uma caixa que tem apenas 7 comprimidos. Então ela começa o tratamento e para antes de estar efetivamente curada. Além de não resolver o seu problema de saúde, isso ainda gera uma resistência em bactérias. Então, é muito complicado essa questão de não ter o tratamento completo”, complementa Regina Sobreiro.
Recentemente, a Vidalink produziu um estudo exclusivo, que acompanhou 15.306 pessoas com plano de saúde corporativo durante 12 meses. Por meio desta pesquisa, ilustramos como a boa adesão ao tratamento medicamentoso pode reduzir a sinistralidade do plano de saúde e, consequentemente, diminuir os custos das empregadoras. Para acessar o estudo completo, clique aqui.
Impacto na produtividade no ambiente de trabalho
Conforme relatado pela Champion Health no The Workplace Health Report: 2023, 76% dos funcionários sofrem de estresse moderado a alto e 37% citam a pressão financeira como a principal causa de estresse fora do trabalho. Se não forem controlados, esses níveis elevados de estresse têm um impacto significativo na produtividade.
Estudos conduzidos pela American Psychological Association (APA) indicam que 27% dos adultos sentem tanto estresse que não conseguem funcionar adequadamente na maioria dos dias. Cerca de um em cada cinco adultos relatam maior esquecimento, incapacidade de concentração ou dificuldade em tomar decisões, prejudicando sua capacidade de serem produtivos e de alto desempenho no trabalho.
Uma possível saída: o papel das empresas
Diante dessa realidade desafiadora, as empresas têm um papel essencial em promover o bem-estar emocional e físico de seus colaboradores. Investir em programas de benefícios medicamentos (PBM) pode ser um passo importante para ajudar os colaboradores a terem acesso adequado aos tratamentos necessários e, assim, aliviar a pressão financeira. O apoio efetivo das empresas pode contribuir para a redução do estresse e da ansiedade relacionados ao acesso a medicamentos, além de impactar positivamente a qualidade de vida dos colaboradores e, consequentemente, a produtividade no ambiente de trabalho.
Vale lembrar que para alcançarmos resultados efetivos e duradouros em prol do bem-estar integral dos colaboradores, é essencial que as empresas reconheçam a importância de uma abordagem holística. Ou seja, um Programa de Benefícios Medicamentos é um passo significativo, mas deve vir acompanhado de outras soluções voltadas à saúde mental, à prática de atividades físicas, à nutrição saudável, além de outras iniciativas que fortaleçam o bem-estar geral dos colaboradores. Ao adotar uma abordagem completa, as empresas demonstram verdadeiro comprometimento com o cuidado e o desenvolvimento de suas equipes.
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