
O climatério marca uma transição fisiológica que mexe com corpo, mente e rotina. Ondas de calor, oscilações de humor, insônia, lapsos de memória e queda de energia podem aparecer de forma intermitente.
No trabalho, isso gera cansaço constante, perda de foco e mais ausências. Em muitos casos, tudo passa sem diagnóstico correto e sem apoio do time de gestão, o que amplia o sofrimento e reduz a produtividade.
Ao tratar o climatério como tema de saúde e de inclusão etária, o RH protege talentos, fortalece o engajamento e reduz custos futuros. A seguir, um guia prático para transformar o cuidado em política.
O que é climatério e por que é importante tratar esse tema no trabalho
O climatério começa geralmente entre os 40 e 45 anos e pode se estender por vários anos até a menopausa completa. Durante esse período, as mulheres experimentam mudanças hormonais significativas que afetam não apenas o corpo, mas também o desempenho profissional e o bem-estar emocional.
Segundo dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), mais de 13 milhões de profissionais com 50 anos ou mais seguem em ritmo intenso no mercado. Muitas delas enfrentam os efeitos do climatério em silêncio, sem apoio adequado das organizações, já que o tema ainda é cercado de tabus e preconceito etário.
Como o climatério pode afetar o trabalho da mulher?
1) Energia, sono e foco
– Ondas de calor e insônia geram fadiga diurna.
– Atenção e memória recente oscilam, o que aumenta retrabalho e erros.
2) Humor e saúde mental
– Ansiedade, irritabilidade e queda de libido afetam relações com equipe e clientes.
– Autoconfiança reduzida leva a evitar reuniões, apresentações e decisões.
3) Desconfortos físicos
– Cefaleia, dores articulares e palpitações dificultam tarefas longas ou repetitivas.
– Ambientes quentes, uniformes fechados e EPIs pesados pioram sintomas.
4) Produtividade e presença
– Mais presenteísmo (vai trabalhar, mas rende menos) e, em picos, mais faltas.
– Picos de sintomas causam variação de performance ao longo do mês.
5) Clima e carreira
– Medo de estigma leva ao silêncio e à queda de engajamento.
– Avaliações de desempenho podem refletir viés etário e de gênero.
Sinais que pedem atenção do RH
- Ondas de calor e sudorese noturna.
- Insônia, sono fragmentado e fadiga.
- Ansiedade, irritabilidade e choro fácil.
- Dificuldade de memória e concentração.
- Ganho de peso, sobretudo abdominal.
Esses sinais podem variar em intensidade e duração. O mais importante: cada mulher vive o climatério de um jeito.
Como o RH apoia na prática
1) Política de acolhimento e confidencialidade
Crie diretrizes claras para conversas seguras sobre sintomas e necessidades. Estabeleça canais de escuta e oriente sobre privacidade. Acolhimento evita estigma e reduz o medo de comunicar dificuldades.
2) Benefícios com foco em saúde da mulher
Inclua consultas com ginecologia, endocrinologia, nutrição e psicologia; priorize programas de bem-estar e educação em saúde. Auxílio para medicamentos prescritos, terapias não farmacológicas e exames fortalece adesão ao tratamento.
Vidalink+ Cuidado da Mulher é um benefício corporativo que oferece 100% de auxílio na compra de medicamentos essenciais, como anticoncepcionais, vitaminas, reposição hormonal e outros produtos voltados para as necessidades específicas das mulheres.
Com essa solução, as empresas podem ajudar suas colaboradoras a cuidar de sua saúde em todas as fases da vida, promovendo um ambiente de trabalho mais inclusivo e saudável.
3) Flexibilidade inteligente
Autorize ajustes de jornada, trabalho remoto em dias críticos e pausas curtas ao longo do dia. Pequenas adaptações preservam energia e entregas, sem perda de qualidade.
4) Capacitação de lideranças
Treine gestores para reconhecer sinais, conduzir conversas difíceis e agir com empatia. Sensibilização reduz vieses e evita interpretações equivocadas sobre “queda de desempenho”.
5) Ambiente físico mais confortável
Ventilação adequada, acesso a água gelada, áreas de descanso e dress code flexível reduzem o desconforto, sobretudo em períodos de calor.
6) Trilhas de educação em saúde
Promova conteúdos claros sobre climatério, autocuidado, sono, manejo do estresse, exercício de força e alimentação anti-inflamatória. Informação de qualidade diminui tabus e amplia autonomia.
Indicadores para acompanhar
- Absenteísmo e presenteísmo por faixa etária.
- Solicitações de ajuste de jornada e aprovações.
- Uso de benefícios de saúde relacionados ao tema.
- Satisfação das colaboradoras com o suporte do RH.
- Taxa de rotatividade entre 40–55 anos.
Mensurar esses dados guia decisões e demonstra impacto nas ações de bem-estar corporativo.
Quebrando tabus e construindo o futuro
O RH possui papel fundamental na transformação cultural necessária para acolher mulheres em todas as fases da vida. Ao abordar o climatério de forma profissional e respeitosa, as empresas contribuem para ambientes de trabalho mais justos e produtivos.
Profissionais experientes trazem conhecimento valioso, relacionamentos consolidados e perspectivas únicas. Desperdiçar esse capital humano por falta de apoio adequado representa uma perda significativa para qualquer organização.
Conclusão
O climatério não precisa ser uma barreira profissional quando existe suporte organizacional adequado. O RH que reconhece essa realidade e age proativamente constrói pontes entre gerações e promove a verdadeira inclusão no ambiente de trabalho.
Investir no bem-estar de mulheres nessa fase significa valorizar a experiência, preservar talentos e construir organizações preparadas para os desafios demográficos do futuro. O momento de agir é agora, transformando o ambiente corporativo em um espaço onde todas as mulheres possam prosperar, independentemente da fase da vida em que se encontram.





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