O nível de produtividade das empresas está diretamente relacionado à qualidade de vida de seus funcionários. Apesar disso, são muitas as lideranças que ainda acreditam que oferecer um plano médico de qualidade já é suficiente para manter a saúde e o bem-estar dos colaboradores em dia, quando, na verdade, é preciso muito mais do que isso.
Afinal, atentar-se para a qualidade de vida dos profissionais aumenta diretamente as perspectivas de lucro de qualquer negócio. Além disso, de modo geral, a prevenção de uma doença custa bem menos do que o tratamento em si. Dessa forma, fica ainda mais fácil entender o quanto cuidar da saúde e do bem-estar dos colaboradores contribui para a redução dos gastos da empresa.
“Quanto maior for o cuidado com a saúde e o bem-estar dos colaboradores, maior serão os benefícios para a organização, como a redução do absenteísmo e dos afastamentos por doenças e, consequentemente, o maior controle de recursos e sinistros”, ressalta Marisa Estela Karam, psicóloga, mestre em administração e desenvolvimento empresarial e professora dos cursos de lato sensu – MBA e Pós-Graduação – do Centro Universitário FMU.
Todo esse cuidado com os funcionários também dá a percepção do quanto eles são valorizados como pessoas e não apenas como profissionais, reforçando a mensagem de que eles não são vistos somente como um número para a empresa, gerando, assim, mais confiança.
“Confiança é um substantivo diretamente ligado às relações intrapessoais e interpessoais, ou seja, a convicção de alguém sobre o próprio valor (intrapessoal) e a fé que se tem em alguém (interpessoal)”, explica Marisa.
Por que cuidar da saúde e do bem-estar dos colaboradores reduz custos?
Com o cuidado com a saúde e o bem-estar dos colaboradores, todo mundo sai ganhando. Para os profissionais, o resultado é a maior qualidade de vida dentro e fora do ambiente de trabalho. E para as organizações, o aumento da produtividade e, consequente, da própria lucratividade.
Além disso, o contexto atual de trabalho é permeado por mudanças constantes, tecnologias disruptivas, atividades estressantes e metas cada vez mais desafiadoras que geram insegurança profissional e tensão. “Esses fatores interferem na saúde do colaborador e, por consequência, na saúde da empresa. Portanto, investir e cuidar da saúde e bem-estar dos colaboradores é determinante para a sustentabilidade do negócio”, afirma a professora.
Não à toa, o cuidado com a parte física, mental e social do trabalhador também será fator de contribuição para a saúde organizacional em um mercado cada vez mais competitivo.
Outras vantagens
- Melhora na execução das tarefas diárias;
- Maior valorização do ambiente de trabalho;
- Redução do uso do plano de saúde;
- Diminuição dos gastos com afastamento médico;
- Redução do absenteísmo;
- Diminuição dos níveis de estresse;
- Redução de sinistros e acidentes de trabalho;
- Menos investimentos com novas contratações.
Formas de cuidar da saúde e bem-estar dos colaboradores
De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a definição de “saúde” é “estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Diante disso, podemos concluir que a prevenção de doenças (relacionados ao ambiente de trabalho ou não) é muito importante, assim como o cuidado holístico de cada pessoa.
Existem diversas maneiras de implantar a cultura de cuidado nas empresas. “A principal é estabelecer indicadores que apontem a qualidade da saúde dos funcionários versus o desempenho da empresa como forma de sensibilizar os tomadores de decisão sobre a importância do investimento na saúde e bem-estar dos colaboradores”, aponta Marisa.
Também é necessário que a área de recursos humanos aponte, por meio de dados, o impacto que a falta de atenção nessa área pode ocasionar não só para a produtividade, mas também para a imagem da corporação.
“Uma das maneiras que a empresa tem de atuar é por meio do desenvolvimento de programas que possibilitem a conscientização do funcionário para cuidar da própria saúde e de seu bem-estar, além de políticas de recursos humanos que tornem o ambiente de trabalho mais humanizado”, reforça.
O que pode ser desenvolvido?
Dentre as várias possibilidades existentes, também é possível:
- Implantar projetos de iniciativas de autocuidado;
- Oferecer programas de ginástica laboral;
- Efetuar uma análise ergonômica a fim de reduzir lesões por esforço repetitivo;
- Investir em programas e palestras sobre prevenção de doenças do trabalho e também as virais e transmissíveis;
- Realizar programas de vacinação;
- Orientar quanto a importância de ter uma alimentação mais saudável, bem como a prática de atividades físicas;
- Apoiar e orientar sobre a redução de vícios, como o fumo e o álcool;
- Promover palestras motivacionais.
Melhorar a comunicação entre líderes e funcionários também é essencial para que eles se sintam à vontade para comunicar eventuais problemas físicos, mentais ou emocionais. “Por fim, as empresas precisam perceber e valorizar a subjetividade no trabalho e desenvolver ações voltadas para despertar no colaborador a importância do autoconhecimento e da integração da saúde física e mental”, finaliza Marisa.
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