
No Brasil, mais da metade das mulheres afirmam ter adiado algum cuidado de saúde nos últimos anos — seja por falta de tempo, excesso de responsabilidades ou barreiras de acesso. Esse cenário reforça a importância de falar sobre saúde da mulher de forma ampla, contínua e integrada.
Para ajudar nessa reflexão, contamos com as contribuições da ginecologista e gerente de Saúde da Renault Brasil, Dra. Daniela Villahermosa, e da terapeuta em ginecologia natural, Ruana Drielly da Silva, que trazem recomendações essenciais para diferentes momentos da vida feminina.
Boa leitura!
O que é saúde da mulher?
A saúde da mulher engloba uma ampla gama de aspectos que afetam exclusiva ou diferencialmente as mulheres ao longo de suas vidas. Não se trata apenas da ausência de doenças, mas de um estado de completo bem-estar físico, mental e social. Esse conceito abrange uma variedade de necessidades específicas, incluindo as relacionadas à saúde reprodutiva, mental, emocional e física.
A saúde da mulher no Brasil
No Brasil, as mulheres representam a maior parcela da população, correspondendo a 51,5% do total de 203 milhões de pessoas. Apesar de serem maioria, elas sofrem problemas que impactam nos principais indicadores sociais, incluindo fatores de saúde, como a mortalidade materna e outros problemas relacionados ao período de gestação e pós-parto.
Ao revisitar a história da saúde no país, observa-se que as políticas focadas na saúde feminina no Brasil são relativamente recentes. O primeiro Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher surgiu em 1983 com foco na maternidade.
Em 1984, foi instaurado pelo Ministério da Saúde o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), com a finalidade de descentralizar, hierarquizar e regionalizar os serviços de saúde dirigidos às mulheres, concentrando-se inicialmente apenas na saúde reprodutiva.
Além da assistência materna
No entanto, o acesso à saúde universal iniciou apenas em 1988 com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Mais tarde, em 2004, o novo Plano de Atenção Integral à Saúde da Mulher estendeu os cuidados às mulheres, abrangendo não somente a assistência materna mas também a prevenção de câncer e de infecções transmitidas sexualmente.
Porém, apesar de serem as principais usuárias do sistema de saúde, como indicam os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019) – com 82,3% das mulheres acessando os serviços, em comparação a 69,4% dos homens que buscam atendimento na Atenção Básica -, a adoção de consultas preventivas (tais como acompanhamento pré-natal, vacinação, entre outras) ainda não é uma prática comum para a maioria. Isso se deve ao fato de que aproximadamente 50% dos usuários do SUS procuram atendimento por questões de enfermidade.
Assim, mesmo que as mulheres priorizem o cuidado com a saúde mais do que os homens, frequentemente a prevenção não é enfatizada na saúde feminina, resultando em maiores taxas de doenças.
A terapeuta em ginecologia natural, Ruana Drielly, comenta que as conversas sobre saúde da mulher estão cada vez mais em pauta, mas ainda tem muito a melhorar: “Acredito que deveriam ter mais informações e rodas de conversas com especialistas nas escolas, empresas, e em lugares com mais acesso para orientação de mulheres.”
Qual é a importância de cuidar da saúde da mulher?
Cuidar da saúde da mulher é fundamental não apenas para a qualidade de vida das mulheres individualmente, mas também para a saúde e o bem-estar da sociedade como um todo. As mulheres desempenham papéis essenciais em todas as esferas da vida, e sua saúde influencia diretamente a saúde de famílias e comunidades.
Além disso, abordar as questões de saúde específicas das mulheres contribui para a igualdade de gênero e empodera as mulheres a participarem plenamente em todos os aspectos da sociedade. Para muitas, explorar o próprio corpo ainda pode ser visto como um tema delicado, no entanto, o autoconhecimento é essencial para a saúde e o bem-estar.
Um exemplo claro é o autoexame mamário. Este ato simples de se tocar ou examinar os seios pode revelar nódulos ou outras anomalias que possam aparecer no intervalo entre mamografias ou mesmo antes de iniciar tais exames, especialmente em mulheres mais jovens que ainda não estão na idade recomendada para a mamografia.
Entender o próprio ciclo menstrual também é fundamental, pois facilita o reconhecimento de alterações como atrasos menstruais ou a correlação entre mudanças bruscas de humor e a iminência da tensão pré-menstrual (TPM).
Todas essas observações podem indicar que algo pode não estar bem, incentivando a busca por orientação médica e possibilitando o diagnóstico precoce de possíveis condições de saúde. Isso também ajuda a quebrar alguns mitos. Segundo a Dra. Daniela Villahermosa, muitas mulheres acreditam que ao serem vacinadas contra o HPV, não é mais necessário realizar exames preventivos para o câncer de colo uterino.
As principais mudanças no corpo feminino
As mudanças no corpo feminino ocorrem ao longo da vida e são influenciadas por fatores genéticos, hormonais e ambientais.
- Puberdade: Esta fase marca o início das mudanças corporais significativas, iniciadas pela ação de hormônios sexuais. As meninas experimentam o crescimento dos seios, o início da menstruação (menarca), o aumento da estatura, o crescimento de pelos pubianos e axilares, e a redistribuição de gordura corporal, dando uma forma mais arredondada e feminina ao corpo.
- Fase Reprodutiva: Durante os anos reprodutivos, o corpo feminino passa por ciclos menstruais regulares, que são preparações mensais para uma possível gravidez. Mudanças hormonais cíclicas podem afetar o humor, o nível de energia e a percepção física. Nessa fase, também podem ocorrer gestações, que trazem mudanças significativas como o aumento do útero, alterações na pele, ganho de peso e modificações nos seios.
- Gravidez: A gravidez provoca várias mudanças, incluindo aumento do volume abdominal, alterações na pigmentação da pele, como o escurecimento das aréolas e o surgimento da linha nigra, além de mudanças vasculares, respiratórias, e metabólicas para acomodar o crescimento fetal.
- Pós-parto: Após o parto, o corpo passa por um período de recuperação e retorno ao estado pré-gravidez. Isso inclui a diminuição do útero, perda de peso e possíveis mudanças na composição corporal. A lactação também é uma mudança significativa, com o corpo produzindo leite para a alimentação do bebê.
- Perimenopausa e Menopausa: A perimenopausa é o período que antecede a menopausa, quando as mudanças hormonais começam a ocorrer, levando a sintomas como irregularidades menstruais, ondas de calor, suores noturnos, mudanças de humor e diminuição da fertilidade.
A menopausa é definida como a ausência de menstruação por 12 meses consecutivos e marca o fim dos anos reprodutivos. Neste período, a diminuição dos níveis de estrogênio pode levar a mudanças na saúde óssea (osteoporose), alterações na composição corporal com aumento da gordura abdominal, e mudanças na saúde cardiovascular.
“Um dos maiores mitos na saúde da mulher é sobre os sintomas da menopausa. Ele vai muito além dos processos hormonais. É preciso entender que nessa fase os aspectos emocionais também estão envolvidos”, comenta Ruana.
Quais são os principais problemas e doenças que afetam as mulheres?
Mulheres enfrentam vários problemas de saúde específicos, incluindo, mas não se limitando a, câncer de mama e de colo de útero, osteoporose, depressão e distúrbios alimentares. Além disso, condições como a endometriose e a síndrome dos ovários policísticos afetam significativamente a vida de muitas mulheres.
Câncer de mama
O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres em todo o mundo e representa uma das principais causas de morte feminina por câncer. Ele ocorre quando há um crescimento descontrolado de células malignas no tecido mamário, que pode se espalhar para outras partes do corpo se não tratado a tempo.
A detecção precoce é a chave para mudar esse cenário: exames como a mamografia permitem identificar alterações ainda em estágios iniciais, quando as chances de cura podem ultrapassar 90%. Além disso, o autoexame não substitui a mamografia, mas ajuda as mulheres a conhecerem melhor o próprio corpo e perceberem mudanças suspeitas.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), foram estimados 73.610 casos novos por ano entre 2023 e 2025, com uma taxa ajustada de 41,89 casos por 100 mil mulheres. Esses números reforçam a importância de campanhas de conscientização, como o Outubro Rosa, que destacam a necessidade de prevenção e acompanhamento médico contínuo.
Os principais fatores de risco incluem idade acima de 50 anos, histórico familiar da doença, mutações genéticas (BRCA1 e BRCA2), uso excessivo de álcool, sobrepeso após a menopausa e sedentarismo. Por outro lado, manter uma rotina saudável, praticar exercícios físicos, adotar uma alimentação equilibrada e realizar exames regulares são atitudes que reduzem o risco e aumentam as chances de um diagnóstico precoce.
Câncer de colo de útero
O câncer de colo de útero está diretamente relacionado à infecção persistente por alguns tipos de HPV, vírus transmitido sexualmente. Esse é um dos poucos cânceres que pode ser amplamente prevenido por meio da vacinação contra o HPV, recomendada pelo Ministério da Saúde para meninas e meninos ainda na adolescência, e pela realização periódica do exame Papanicolau, capaz de identificar alterações celulares antes mesmo de se tornarem malignas.
Mesmo assim, o Brasil ainda registra cerca de 17 mil novos casos por ano, segundo o INCA, principalmente em regiões com menor acesso à vacinação e ao rastreamento. Quando descoberto cedo, o tratamento tem altas taxas de sucesso, mas em estágios avançados pode trazer complicações severas para a saúde e para a fertilidade da mulher.
Osteoporose
A osteoporose é uma condição silenciosa que enfraquece progressivamente os ossos, tornando-os mais suscetíveis a fraturas. É mais comum nas mulheres após a menopausa, quando a queda do estrogênio acelera a perda de massa óssea. Esse processo natural pode ser agravado por fatores como sedentarismo, tabagismo, deficiência de cálcio e vitamina D e histórico familiar.
As fraturas de quadril e coluna estão entre as mais preocupantes, já que podem comprometer a mobilidade e a independência da mulher. Por isso, investir em alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares — sobretudo musculação e atividades de impacto controlado — e acompanhamento médico especializado são medidas que fazem diferença no envelhecimento saudável.
Depressão e ansiedade
Entre os transtornos de saúde mental, a depressão e a ansiedade têm prevalência significativamente maior entre mulheres. Alterações hormonais, como as que ocorrem na puberdade, no período pré-menstrual, durante a gravidez, no pós-parto e na menopausa, ajudam a explicar parte desse quadro, mas fatores sociais — como sobrecarga de responsabilidades e desigualdades de gênero — também exercem grande influência.
Segundo o Check-up de Bem-estar da Vidalink (2023), 78% das mulheres relataram sentimentos negativos na maior parte do dia, refletindo o peso do sofrimento mental no cotidiano. A atenção à saúde emocional passa pelo diagnóstico precoce, pelo acesso à psicoterapia e, quando necessário, ao tratamento medicamentoso, mas também envolve a criação de redes de apoio, autocuidado e ambientes de trabalho mais saudáveis.
Doenças cardiovasculares
Muitas vezes associadas mais aos homens, as doenças cardiovasculares são, na verdade, a principal causa de morte entre mulheres no mundo, respondendo por quase 30% dos óbitos femininos no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Além da hipertensão, do colesterol alto, da obesidade e do diabetes, que são fatores clássicos de risco, também entram em cena aspectos ligados ao estilo de vida, como tabagismo e sedentarismo, além do estresse crônico.
Diferente dos homens, os sintomas podem ser mais sutis, como fadiga extrema, falta de ar ou dor abdominal, o que aumenta o risco de diagnósticos tardios. A prevenção depende de acompanhamento médico regular, alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e controle dos fatores de risco.
Endometriose
A endometriose é uma condição ginecológica crônica que afeta cerca de 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva. Ela ocorre quando o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, provocando cólicas intensas, dor pélvica crônica e, em muitos casos, dificuldade para engravidar. O diagnóstico costuma demorar anos, já que os sintomas frequentemente são confundidos com menstruações dolorosas comuns.
Esse atraso impacta diretamente a qualidade de vida da mulher, que muitas vezes convive com dor incapacitante. O tratamento pode incluir medicamentos hormonais e analgésicos, além de cirurgia em casos mais graves, mas a conscientização sobre a doença é um passo fundamental para que ela seja identificada e tratada mais cedo.
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
A SOP é um distúrbio hormonal bastante comum, que afeta mulheres em idade reprodutiva e pode causar ciclos menstruais irregulares, aumento de pelos, acne, ganho de peso e formação de múltiplos cistos nos ovários. Além dos sintomas físicos, a condição está associada ao aumento da resistência à insulina e, consequentemente, ao risco de diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares.
Embora não tenha cura, a síndrome pode ser controlada com mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos e a adoção de uma alimentação equilibrada. Em muitos casos, o tratamento inclui o uso de anticoncepcionais para regular o ciclo e medicamentos que auxiliam no controle da resistência à insulina
Síndrome do Burnout
Embora não seja exclusiva das mulheres, a síndrome do burnout tem sido cada vez mais relatada entre o público feminino, especialmente aquelas que equilibram demandas profissionais intensas com responsabilidades familiares. É caracterizada por exaustão extrema e sentimentos de ineficácia.
Trombose
A trombose é uma condição que pode afetar significativamente a saúde da mulher, envolvendo a formação de coágulos sanguíneos em veias ou artérias, que podem obstruir o fluxo sanguíneo normal.
Embora possa ocorrer em ambos os sexos, existem fatores específicos que colocam as mulheres em maior risco de desenvolver trombose, especialmente relacionados a questões hormonais, gravidez e uso de contraceptivos orais.
As mulheres e a síndrome do burnout
A síndrome do burnout tem se tornado uma preocupação crescente entre as mulheres, refletindo não apenas as demandas do ambiente de trabalho moderno, mas também os papéis sociais e as expectativas que recaem sobre elas. Esse fenômeno pode ter implicações significativas para a saúde física e mental, bem como para o bem-estar geral das mulheres.
De acordo com o estudo “Check-up de bem-estar 2023”, realizado pela Vidalink, 40% das mulheres têm dupla jornada de trabalho, ou seja, trabalham, em média, 7,5 horas a mais que os homens por semana entre trabalho remunerado e tarefas domésticas. Além disso, 79% das mulheres não se sentem tranquilas, felizes ou realizadas na maior parte do tempo.
Principais causas do burnout entre mulheres
Dupla jornada: Muitas mulheres equilibram as responsabilidades do trabalho com as demandas de cuidados familiares, como a criação de filhos ou o cuidado com familiares idosos. Essa dupla jornada pode levar a uma carga de trabalho esmagadora, contribuindo para o esgotamento.
Expectativas de desempenho: As mulheres frequentemente enfrentam pressões adicionais para provar seu valor em ambientes de trabalho dominados por homens, o que pode aumentar o estresse e a exaustão.
Desigualdade de gênero: Desafios como diferenças salariais, sub-representação em cargos de liderança e discriminação de gênero contribuem para o estresse crônico e o esgotamento.
Perfeccionismo: A tendência de buscar a perfeição, muitas vezes mais prevalente entre as mulheres devido às expectativas sociais, pode resultar em uma carga de trabalho insustentável e sentimentos de inadequação.
Estratégias de prevenção e gestão
Limites saudáveis: Estabelecer limites claros entre o trabalho e a vida pessoal é crucial para evitar o esgotamento.
Suporte social: Construir uma rede de apoio com colegas, amigos e familiares pode fornecer um importante amortecedor contra o estresse.
Autocuidado: Práticas regulares de autocuidado, incluindo atividade física, hobbies relaxantes e tempo para si mesma, são essenciais para a recuperação e prevenção do burnout.
Busca por ajuda profissional: Psicoterapia ou aconselhamento podem ser úteis para desenvolver estratégias de enfrentamento e abordar questões subjacentes de estresse e ansiedade.
Mudanças organizacionais: As organizações podem desempenhar um papel significativo na prevenção do burnout, promovendo culturas de trabalho saudáveis, oferecendo flexibilidade e reconhecendo as contribuições das mulheres.
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Quais são os principais cuidados da saúde da mulher?
Os principais cuidados com a saúde da mulher envolvem uma abordagem integrada que considera as necessidades físicas, mentais e emocionais específicas ao longo de suas vidas. A Dra. Daniela explica que os hábitos de vida impactam diretamente na saúde reprodutiva feminina: “O sedentarismo ou uma alimentação desregrada podem gerar um desequilíbrio metabólico e hormonal, o que influencia o ciclo menstrual e consequentemente a ovulação, diminuindo assim a capacidade reprodutiva.”
Aqui estão algumas das principais áreas de foco para garantir o bem-estar das mulheres:
Os 11 principais cuidados para a saúde da mulher
Saúde reprodutiva
Inclui o cuidado com a saúde menstrual, contracepção, gravidez, parto e menopausa. O acesso a consultas regulares com ginecologistas e obstetras é essencial para o monitoramento e a prevenção de problemas de saúde.
Prevenção e detecção precoce de doenças
Realizar exames periódicos, como mamografias para detecção precoce do câncer de mama e exames de Papanicolau para câncer de colo de útero. Vacinação, especialmente contra o HPV, também é fundamental.
Nutrição adequada
Uma dieta equilibrada rica em nutrientes essenciais suporta a saúde geral, ajuda a prevenir a obesidade e doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, e é particularmente importante em fases específicas, como gravidez e menopausa.
Atividade física regular
Exercícios regulares ajudam a manter o peso saudável, reduzem o risco de doenças cardíacas, fortalecem ossos e músculos, e melhoram a saúde mental.
Saúde mental
Reconhecer e tratar condições como depressão, ansiedade e estresse é fundamental. A busca por apoio profissional e a construção de redes de apoio social são essenciais para a saúde mental.
Prevenção de osteoporose
Ingestão adequada de cálcio e vitamina D, juntamente com exercícios de fortalecimento ósseo, são essenciais para prevenir a perda de massa óssea, especialmente após a menopausa.
Gestão do estresse
Técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e hobbies relaxantes, podem ajudar a gerir o estresse do dia a dia. Manter um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal também é crucial.
Evitar substâncias nocivas
Limitar o consumo de álcool, evitar o fumo e outras substâncias nocivas contribui significativamente para a prevenção de doenças.
Saúde do coração
Monitoramento e controle de fatores de risco para doenças cardiovasculares, como hipertensão, colesterol alto e diabetes.
Cuidado com a pele
Proteção contra os danos solares para prevenir o câncer de pele e outros danos dermatológicos.
Acompanhamento médico regular
Consultas regulares com profissionais de saúde para exames de rotina e discussão de quaisquer preocupações de saúde.
Esses cuidados devem ser adaptados às necessidades individuais de cada mulher, levando em consideração fatores como idade, histórico familiar de doenças, condições de saúde existentes e estágios específicos da vida. A educação para a saúde e a promoção de estilos de vida saudáveis são fundamentais para empoderar as mulheres a tomar decisões eficazes sobre sua saúde.
A médica ainda enfatiza o impacto da educação sobre saúde da mulher nas escolas e locais de trabalho:
“Reforçar o protagonismo feminino nas escolhas inerentes à saúde sexual e reprodutiva e estimular a fala das mulheres e o senso de pertencimento, melhora sua qualidade de vida e traz significativos benefícios à sua saúde.”
A importância da mulher conhecer o próprio corpo
A importância de a mulher conhecer o próprio corpo reside em uma série de fatores cruciais para a sua saúde e bem-estar geral. Esse conhecimento empodera as mulheres, permitindo-lhes identificar quaisquer mudanças ou sinais que possam indicar problemas de saúde, além de promover uma relação mais positiva com seu próprio corpo.
“O autoconhecimento faz com que a mulher tenha uma vida muito mais saudável e equilibrada. Quanto mais ela se conhecer, mais entenderá até onde pode chegar, reconhecendo seus limites e suas forças”, afirma a ginecologista Danieka Villahermosa.
Abaixo, detalhamos os principais aspectos dessa importância:
- Detecção precoce de condições de saúde
Conhecer bem o próprio corpo permite às mulheres identificar sinais iniciais de possíveis problemas de saúde, como alterações nos seios que podem indicar câncer de mama, ou mudanças nos padrões menstruais que podem sinalizar condições reprodutivas como endometriose ou síndrome dos ovários policísticos. A detecção precoce dessas e de outras condições aumenta significativamente as chances de tratamento bem-sucedido.
- Autonomia e empoderamento
Entender como o corpo funciona e reconhecer o que é normal para si mesma promove uma maior autonomia e empoderamento sobre a saúde e as decisões relacionadas ao corpo. Isso inclui tomar decisões informadas sobre sexualidade, reprodução e tratamentos médicos.
- Gestão da saúde reprodutiva
O conhecimento sobre o ciclo menstrual, fertilidade e saúde sexual é vital para o planejamento familiar, a prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e a manutenção da saúde reprodutiva. Mulheres que conhecem bem seu ciclo menstrual e sinais de fertilidade podem tomar decisões mais eficazes sobre concepção e contracepção.
- Promoção da saúde mental
A relação com o próprio corpo afeta também a saúde mental. Compreender e aceitar as mudanças corporais ao longo da vida contribui para uma autoimagem positiva e pode reduzir o risco de distúrbios alimentares e problemas de autoestima.
- Adaptação às mudanças do corpo
O corpo da mulher passa por várias mudanças ao longo da vida, incluindo puberdade, gravidez, parto e menopausa. Conhecer e entender essas mudanças permite às mulheres adaptar-se melhor a cada fase, reconhecendo o que é uma parte natural do processo de envelhecimento ou mudança de vida e o que pode requerer atenção médica.
- Comunicação eficaz com profissionais de saúde
Mulheres que conhecem bem seus corpos podem comunicar-se de forma mais eficaz com profissionais de saúde, descrevendo sintomas e mudanças com precisão. Isso pode levar a diagnósticos mais rápidos e tratamentos mais eficazes.
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