
A saúde mental no trabalho se tornou um dos grandes desafios do mundo corporativo atual. Um estudo recente da Vidalink, divulgado pela CNN Brasil, mostra que a Geração Z e os Millennials lideram o consumo de medicamentos para saúde mental, como ansiolíticos e antidepressivos. O número crescente de jovens profissionais em tratamento indica mais do que conscientização, revela também pressões e desequilíbrios que exigem atenção urgente das empresas.
Mais do que números, esse movimento acende um alerta: o ambiente corporativo precisa evoluir. Criar estratégias de acolhimento, prevenção e cuidado com a saúde emocional é essencial para garantir a produtividade e o bem-estar de toda a equipe.
Pressão em dobro: Geração Z e Millennials lideram o consumo de medicamentos
A pesquisa da Vidalink aponta que a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2012) registrou o maior crescimento no uso de medicamentos para saúde mental em 2024: alta de 7,9% no número de usuários e 6,6% no volume de medicamentos. Já os Millennials (de 1982 a 1996) continuam liderando em número absoluto de usuários, com crescimento de 6,8% e 5,6%, respectivamente.
Entre os principais fatores que explicam esse cenário estão:
- Isolamento social e dificuldades de conexão no ambiente remoto;
- Insegurança profissional, medo de crises econômicas e instabilidade no emprego;
- Sobrecarga de informação e pressão constante por produtividade;
- Fadiga mental crônica, impulsionada pela aceleração tecnológica.
Apesar da alta nos números, há um lado positivo: essas gerações demonstram mais abertura para falar sobre saúde mental e buscar ajuda. Isso reflete uma mudança cultural importante e uma grande oportunidade para o RH agir de forma estratégica.
Mulheres Millennials: a face mais impactada da sobrecarga
Dentro do grupo dos Millennials, as mulheres enfrentam um cenário ainda mais delicado. Muitas acumulam cargos de liderança, responsabilidades familiares e tarefas domésticas — uma dupla jornada que impacta diretamente sua saúde emocional.
O Check-up de Bem-Estar 2024 da Vidalink revelou que 44% das mulheres Millennials vivem essa sobrecarga todos os dias. Já os dados do Ministério da Previdência Social mostram que elas representam 64% dos afastamentos por transtornos mentais no Brasil. A idade média desses afastamentos? 41 anos.
Outro dado importante: as mulheres são 79% mais propensas que os homens a usarem medicamentos psiquiátricos. Em 2024, o aumento no consumo entre elas foi 2,5 vezes maior.
Esse panorama mostra como é urgente adotar políticas de bem-estar corporativo com recorte de gênero e olhar com atenção para as pressões invisíveis que afetam a saúde mental das colaboradoras.
Mais medicamentos, mais atenção: o alerta para o futuro das empresas
Segundo Luis Gonzalez, CEO da Vidalink, a tendência de aumento no uso de medicamentos psiquiátricos deve continuar nos próximos anos. Mesmo com avanços na discussão sobre saúde mental no trabalho, as mudanças culturais necessárias ainda estão em andamento.
O crescimento no consumo de antidepressivos e ansiolíticos mostra um paradoxo: mais pessoas estão buscando tratamento, o que é positivo, mas o motivo por trás dessa busca ainda é um ambiente de trabalho que adoece.
Entre os principais gatilhos:
- Excesso de trabalho e metas inatingíveis
- Falta de reconhecimento
- Burnout
- Assédio e insegurança profissional
- Ausência de apoio emocional
Ignorar esses sinais pode custar caro: aumento do absenteísmo, rotatividade de talentos, baixa produtividade e prejuízo à reputação da empresa. O recado é claro: a saúde mental é um tema corporativo, não apenas individual.
Como as empresas podem apoiar a saúde mental no trabalho?
Investir em saúde mental no ambiente corporativo é um passo estratégico e indispensável. Veja algumas boas práticas que podem transformar a realidade dos colaboradores:
1. Estabeleça políticas claras de acolhimento
Criar programas de prevenção e canais de escuta é o primeiro passo. Isso inclui:
- Acesso facilitado a psicólogos e psiquiatras
- Comunicação aberta sobre saúde mental
- Campanhas internas de conscientização
O apoio deve ser contínuo, com canais confidenciais onde colaboradores se sintam seguros para pedir ajuda.
2. Vá além do básico com programas de bem-estar
O cuidado emocional vai além do plano de saúde. Empresas podem promover:
- Palestras e workshops sobre autocuidado, resiliência, estresse e equilíbrio emocional;
- Atividades físicas e de relaxamento, como yoga, meditação e treinos personalizados;
- Conteúdos educativos sobre alimentação, sono, saúde emocional e estilo de vida;
- Programas de acompanhamento psicológico.
Essas iniciativas reduzem o estigma e estimulam a cultura do autocuidado.
3. Pratique a flexibilidade com responsabilidade
Trabalho híbrido, horários flexíveis e respeito ao tempo pessoal são medidas eficazes para evitar a exaustão mental. O exemplo deve vir de cima: lideranças que respeitam o tempo de descanso contribuem para um ambiente mais saudável.
4. Forme lideranças empáticas
Gestores bem treinados são peças-chave para identificar sinais de sofrimento e agir com empatia. Ofereça formações em:
- Comunicação não violenta
- Gestão emocional
- Reconhecimento de sintomas de estresse ou burnout
Uma liderança acolhedora fortalece a confiança e reduz o medo de falar sobre saúde emocional.
5. Fortaleça uma cultura organizacional positiva
Saúde mental no trabalho exige mais do que ações pontuais. Ela precisa estar no DNA da cultura da empresa:
- Erros como oportunidade de aprendizado
- Valorização de processos, não só de resultados
- Inclusão, respeito e diversidade
- Zero tolerância a assédio e discriminação
Esses valores constroem um ambiente mais seguro e produtivo.
6. Facilite o acesso a serviços especializados
Cuidar da saúde mental também passa por remover barreiras. E isso inclui o acesso a tratamentos e medicamentos.
Empresas que oferecem auxílio medicamento com 100% de cobertura em genéricos, como o plano da Vidalink, ajudam os colaboradores a manter a regularidade do tratamento psiquiátrico e emocional, o que faz toda a diferença nos resultados a longo prazo.
Além disso, com parcerias que oferecem teleatendimento psicológico, planos de academias e conteúdos sobre bem-estar, a Vidalink transforma o cuidado com a saúde mental em algo acessível e prático.
Essa é uma maneira inteligente de democratizar o acesso ao cuidado e aliviar o peso financeiro e emocional de quem precisa manter o tratamento em dia.
Conclusão
A nova realidade do trabalho impõe um desafio claro: criar ambientes corporativos que cuidem de verdade das pessoas. A Geração Z e os Millennials já estão sinalizando o que não está funcionando e cabe às empresas ouvir.
A saúde mental no trabalho deixou de ser um tabu e passou a ser prioridade. Organizações que promovem o bem-estar emocional dos seus times não apenas fortalecem seus resultados, como também constroem uma reputação sólida, humana e inovadora.
A pergunta que fica é: o que sua empresa está fazendo para mudar essa história?
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