Em meio ao turbilhão de emoções causado pelo novo coronavírus e tudo o que o envolve, o mindfulness pode ser uma peça importante para a conquista do bem-estar mental. Isso porque, quanto mais centrados e tranquilos nos mantivermos neste momento conturbado, mais mentalmente saudáveis e produtivos podemos ficar.
Mas você pode estar se perguntando “o que é mindfulness?”. Na verdade, a prática diz respeito à capacidade de mantermos a atenção plena em determinada atividade, experiência ou sensação.
Só que em um mundo cada vez mais dinâmico por conta das tecnologias, no qual somos “bombardeados” por dezenas de informações e solicitações todos os dias, manter 100% da concentração em algo específico não é uma tarefa fácil – ainda mais com todos os efeitos da pandemia.
Nós falamos com Marcelo Demarzo, médico, professor da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), instrutor de mindfulness e coordenador do “Mente Aberta” – Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde, sobre o tema. De acordo com especialista, “de maneira muito simples, podemos dizer que mindfulness é o treinamento do músculo da atenção, baseado em evidência científica, que visa o bem-estar, a qualidade de vida e a performance das pessoas em geral. A prática também é muito utilizada como tratamento complementar de alguns tipos de patologias, como ansiedade, depressão e dor crônica.”
Além disso, a atenção plena proporcionada pelo mindfulness nos permite cultivar uma característica essencial do ser humano e que nos diferencia das máquinas e da inteligência artificial: a consciência.
“Aqui, damos destaque à autoconsciência e auto-observação de nossos padrões cognitivos e emocionais, o que nos proporciona decisões mais sábias, que é uma das bases da inteligência emocional”, pontua Marcelo.
Como aplicar o mindfulness no dia a dia?
Existem protocolos e programas específicos para aplicação das técnicas de mindfulness.
“Por isso, é preciso ser criterioso quanto à indicação e tomar o cuidado de verificar sempre a formação e a integridade do profissional (instrutor) que o oferece, pois o mindfulness não é uma panaceia”, alerta.
No entanto, é possível que cada pessoa aplique a técnica em si, pois a base do mindfulness são exercícios derivados da meditação que utilizam a respiração e sensações corporais como pontos de apoio do treinamento de atenção.
“Há exercícios simples, de apenas três minutos, que podem ser utilizados para treinar a habilidade de pequenas pausas de consciência, como também em momentos mais desafiadores como reuniões, conversas difíceis com colegas de trabalho, ou simplesmente antes de atender um cliente”, indica Marcelo.
Além disso, existem aplicativos e materiais livres na internet, como áudios e vídeos que podem auxiliar – desde que sejam verificadas a procedência e a qualidade do que está sendo oferecido.
Para quem se identificar com a prática, a sugestão é participar de cursos, presenciais ou on-line, para aprimoramento. “Os benefícios, como o aumento do foco e da sensação de bem-estar, podem ser sentidos imediatamente a cada sessão. Já os resultados mais consistentes e duradouros virão com a prática regular, em especial a partir da quarta semana de treinamento. É possível começar com poucos minutos por dia, de 3 a 5 minutos, por exemplo. Mas o ideal é chegar a uma média de 15 a 20 minutos diários na maioria dos dias da semana”, conclui.
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