Recursos tecnológicos não têm faltado para encurtar as distâncias causadas pelo isolamento social e também ajudar a preservar a nossa saúde mental em meio à pandemia do novo coronavírus que ainda assola o Brasil. Afinal, diante dos números expressivos de casos e mortes por COVID-19, sentimentos como ansiedade, estresse elevado e depressão tomam conta.
Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) entre os meses de março e abril de 2020 mostrou que os casos de depressão praticamente dobraram, enquanto os de ansiedade e estresse aumentaram 80% desde que a quarentena começou.
A fim de evitar que esse número suba ainda mais, que tal aproveitar que a tecnologia já fazia parte da nossa vida antes do coronavírus e usá-la como aliada na busca por dias melhores, mais saudáveis e alegres?
Lidando com os sentimentos que afloram na quarentena
Que a tecnologia ajuda a manter o controle emocional e a “matar” a saudade de quem está longe, não há dúvidas. Mas, apesar disso, não é raro sentirmos períodos de solidão e desânimo.
Andréia Correia e Silva, psicóloga e hipnoterapeuta clínica (CRP 06/100459), explica esses sentimentos. “O isolamento imposto para prevenir a contaminação em massa da COVID-19 trouxe muitas consequências não somente no campo profissional e social, mas também no emocional. O sentimento mais comum que a falta de contato social desperta é a solidão. As pessoas experimentam uma profunda sensação de vazio, que é a ausência ou perda de algo importante. Esse sentimento gera angústias e coloca a pessoa em questionamentos para os quais não encontra respostas.”
A especialista também destaca que a pandemia pode agravar transtornos mentais preexistentes, principalmente os relacionados a compulsões, devido à exposição maior ao quadro neste período de isolamento social. Dentre os motivos, estão o fato de não termos informações concretas sobre a doença e a sua evolução, o que ressalta, em muitas pessoas, a ansiedade e o medo da morte.
“O comportamento compulsivo se caracteriza por uma pressão interna que, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta impelida, tomada por um desejo muito forte de realizar uma ação que gere prazer, principalmente nos estágios iniciais, mas que depois provoca sentimento de culpa e mal-estar. Esses comportamentos compulsivos são mal adaptativos porque, apesar do objetivo que têm de proporcionar algum alívio de tensões emocionais, eles normalmente não se adaptam ao bem-estar mental pleno, ao conforto físico e à adaptação social. Sensação de morte, sufocamento, taquicardia, sudorese (sintomas de ansiedade) e piora das compulsões preexistentes são sinais de que é preciso buscar ajuda”, alerta Andréia.
Mas você pode estar se perguntando: como conseguir essa ajuda durante a quarentena? Mais uma vez, a tecnologia se torna aliada da saúde mental. “A telemedicina pode ser uma alternativa na psiquiatria, bem como o atendimento com um psicólogo on-line. Vale lembrar, ainda, que pessoas já diagnosticadas com algum transtorno mental e que fazem acompanhamento não devem abandonar o tratamento. Isso é fundamental para evitar que o caso se agrave”, pondera.
Relação entre produtividade, isolamento social e saúde mental
Além da preocupação natural de uma possível contaminação pelo novo coronavírus, os profissionais que continuam atuando, seja em casa ou in loco, carregam diversos outros anseios.
Medo de perder o emprego, redução salarial, nova rotina com os filhos e cônjuges em casa, cobrança por produtividade… Estes são apenas alguns exemplos que podem aumentar o nível dos sentimentos descritos anteriormente.
“Não ter mais interação com colegas, especialmente quem está em home office, tende a gerar prejuízos na comunicação por diminuir a capacidade de reconhecimento das emoções visíveis em uma linguagem não verbal. Além disso, a ansiedade é marcada por uma preocupação contínua e excessiva, na qual o sujeito considera que suas relações serão prejudicadas caso não seja produtivo e compreendido. Isso leva a uma apreensão ou medo constantes, podendo desenvolver alterações fisiológicas, como agitações motoras, irritabilidade, tensão muscular, sudorese, fadiga, insônia, entre outras”, explica a especialista.
Aqui, também a tecnologia pode ser positiva, a fim de ajudar na adaptação da nova forma de trabalho, na produtividade e no relacionamento com os colegas de trabalho.
Como beneficiar a saúde mental com a tecnologia?
Uma pesquisa apontou que o brasileiro passa 9 horas e 29 minutos por dia conectado à internet. Só na internet móvel, são cerca de 4 horas e 45 minutos diariamente.
Desde que a quarentena começou, certamente, esse período de conexão com a rede deve ter aumentado. Seja para trabalhar remotamente ou para ter uma distração, o fato é que estamos passando muito mais horas conectados à internet e aos nossos dispositivos digitais.
“Estamos aprendendo rapidamente a encarar com naturalidade o mundo virtual, que se tornou uma extensão da realidade. Agora, mais do que nunca, a adesão da tecnologia na vida diária se torna obrigatória, não porque queremos, mas, sim, porque nos adaptamos e temos um inimigo em comum, que é invisível e letal”, analisa.
Conte com a Vida, wellbot (robô virtual) de bem-estar da Vidalink
A Vida é o wellbot (robô virtual) de bem-estar da Vidalink criado para promover a mudança de hábitos e o fortalecimento emocional dos profissionais dentro e fora do ambiente de trabalho, por meio de trilhas de conteúdo criadas com exclusividade por especialistas em desenvolvimento comportamental (médicos, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e coaches).
Justamente por isso, ela consegue falar sobre saúde mental com o usuário driblando o estigma tradicional que envolve quadros de ansiedade e depressão e identificando antecipadamente comportamentos que indicam problemas relacionados à saúde emocional. Ela também dá suporte às pessoas com quadros diagnosticados, com informações sobre possíveis efeitos colaterais, terapias complementares e riscos de abandono do tratamento, além de lembretes de recompra da medicação, entre outras ações. Confira os detalhes no vídeo https://bit.ly/3bOhhqi.
“Viveremos com muitas cicatrizes emocionais, pois nos vemos prisioneiros durante um longo tempo, sem previsão determinada de liberdade. Ainda que seja um sofrimento, sobreviver a isso é encontrar sentido na dor. Se há, de algum modo, um propósito na vida, deve haver também um significado nisso e na morte. Mas pessoa alguma é capaz de dizer o que é esse propósito. Cada um deve descobri-lo por si mesmo e aceitar a responsabilidade que sua resposta implica. Se tiver êxito, continuará a crescer, apesar de todas as indignidades”, finaliza Andréia.
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