Uma pesquisa realizada pela TM Jobs, empresa de consultoria em negócios especializada no ramo da saúde, constatou que apenas 21,1% das organizações desenvolvem ações voltadas para a prevenção da saúde de seus colaboradores. O levantamento, realizado com 155 companhias brasileiras, evidenciou que muitas delas ainda atuam de forma reativa quando o assunto é a saúde dos profissionais, e não preventiva, como seria mais adequado.
De acordo com o Ministério da Saúde, a prevenção da saúde com foco na atenção primária é essencial para prevenir diferentes doenças, bem como promover a cura e a reabilitação das pessoas quando necessário.
A importância das ações de prevenção à saúde dos colaboradores
Rosane Menezes Carmo de Andrade, psicóloga e professora de Psicologia Organizacional e do Trabalho do curso de Psicologia do UNIFAA – Centro Universitário de Valença, destaca que, ao longo dos anos, houve uma valorização da qualidade de vida no trabalho (QVT) e que essa nova visão humanizou os ambientes corporativos.
“No início do séc. XX, com a Revolução Industrial, e o advento da produção em larga escala, o trabalhador era visto como uma mera peça da engrenagem e a meta principal era a produtividade. Na década de 1960, porém, houve um incremento na gestão de pessoas, surgindo a valorização da qualidade de vida no trabalho, que envolveu tanto os aspectos físicos e ambientais quanto os aspectos psicológicos da esfera organizacional. Não à toa, o conceito da qualidade de vida no trabalho está inserido na ergonomia, na segurança, nos bons padrões de relacionamento e na saúde e no bem-estar dos profissionais”, ressalta.
Mas embora o objetivo das ações apoiadas na prevenção da saúde dos colaboradores seja claro, a especialista em Desenvolvimento Humano destaca que, infelizmente, muitas empresas estão seguindo pelo caminho contrário. Ou seja, voltando a priorizar a lucratividade e deixando de lado o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.
“Com isso, verificam-se altos índices de absenteísmo e de rotatividade. Profissionais desmotivados adoecem mais, faltam mais e, consequentemente, pedem demissão por não suportarem mais trabalhar em uma empresa onde se sentem insatisfeitos, ou mesmo serem demitidos pela baixa produtividade. É importante ressaltar que a pandemia e o isolamento social agravaram essa questão. O trabalhador tem se sentido física e mentalmente esgotado, sofrendo ainda com a redução do salário, a incapacidade de administrar a carga de tarefas com o horário de trabalho, separar a vida privada e a laborativa, entre outros pontos. Isso tem provocado, muitas vezes, problemas como a Síndrome de Burnout, que é o agravamento do estresse causado pelo trabalho, além da questão ergonômica. Afinal, não basta entregar um computador e a cadeira de trabalho em casa, como muitas organizações têm feito. Quanto às consequências para a empresa, a queda na qualidade das entregas feitas pelos colaboradores é uma das que se destacam”, explica Rosane.
Somado a esses pontos, a psicóloga e professora também destaca:
- Prejuízo com capital humano, decorrente do adoecimento dos profissionais;
- Profissionais com problemas decorrentes de desgastes físicos e desenvolvimento de transtornos emocionais;
- Surgimento de doenças relacionadas à ergonomia, como as provocadas por movimentos repetitivos.
E quais as vantagens de promover ações de prevenção à saúde dos colaboradores?
Promover ações com foco na prevenção da saúde dos colaboradores traz resultados positivos para todos os envolvidos.
Segundo Rosane, esse tipo de atuação transmite ao trabalhador quanto ele é importante e valorizado pela empresa. Isso, por sua vez, ajuda a aumentar seu nível de satisfação, aumentando também seu engajamento e produtividade.
“Esse fator eleva o nível de comprometimento dos profissionais, além de motivá-los de forma a estimular o envolvimento para alcançarem metas e superarem os desafios. Garantindo a motivação do pessoal, a empresa reforça o seu papel para o funcionamento adequado do negócio.”
Financeiramente falando, as ações de prevenção à saúde dos colaboradores ajudam a reduzir os custos decorrentes de afastamentos.
Isso também torna a estratégia um importante diferencial competitivo, pois contribui para a diminuição de despesas e para o aumento da lucratividade, considerando o maior engajamento e produtividade dos profissionais.
“Conclui-se que os custos de um programa de prevenção à saúde, voltado para qualidade de vida dos colaboradores, não representam gastos, mas sim um investimento”, destaca.
Como as empresas podem iniciar, ou intensificar, as estratégias de prevenção à saúde dos colaboradores?
E quais caminhos uma empresa pode seguir para iniciar, ou mesmo intensificar as suas estratégias de prevenção à saúde do trabalhador?
Para a especialista em Desenvolvimento Humano, é papel das organizações proporcionar novas e convincentes propostas para um estilo de vida diferente, a fim de melhorar o bem-estar de seus profissionais.
E para isso, ela indica:
- Garantir a segurança nos ambientes de trabalho;
- Especificamente relacionado à Covid-19, limpar e desinfetar com rigor os locais de trabalho;
- Confeccionar cartilhas ou treinamentos online com conteúdos sobre cuidados com a saúde de forma integrada, incluindo dicas sobre saúde mental e física;
- Dar orientações sobre nutrição e bons hábitos alimentares;
- Falar sobre a importância da ergonomia no home office;
- Abordar questões como a prevenção ao uso abusivo de álcool e drogas;
- Dar dicas para trabalho remoto;
- Orientar como promover o bem-estar em meio ao isolamento social;
- Oferecer oficinas de música, poesia, literatura, explorando a ressignificação do trabalho e do cotidiano em tempos da pandemia;
- Criar projetos de psicoeducação preventiva, que ajude a reverter casos de faltas recorrentes provocadas pelo presenteísmo e até a minimizar o risco do envolvimento com drogas no trabalho;
- Promover programas de saúde mental que contemplem informações sobre o tema;
- Desenvolver ciclos de palestras que ensinem técnicas de relaxamento para o controle dos problemas que causam instabilidade mental dos funcionários, com profissionais da área da saúde habilitados e especializados nisso;
- Oferecer uma rede de apoio, com serviços de terapia online, estabelecendo parcerias com psicólogos que ofereçam essa modalidade de atendimento.
“Entendo que várias dessas medidas podem ser adotadas por empresas de qualquer segmento, pois contribuem para a manutenção e/ou promoção da saúde mental e física dos trabalhadores”, finaliza.
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Justamente por isso, ela consegue falar sobre saúde mental com o usuário driblando o estigma tradicional que envolve quadros de ansiedade e depressão e identificando antecipadamente comportamentos que indicam problemas relacionados à saúde emocional. Ela também dá suporte às pessoas com quadros diagnosticados, com informações sobre possíveis efeitos colaterais, terapias complementares e riscos de abandono do tratamento, além de lembretes de recompra da medicação, entre outras ações. Confira os detalhes no vídeo https://bit.ly/3bOhhqi.
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