De acordo com a Isma-BR (International Stress Management Association), 72% dos brasileiros ativos têm sequelas devido ao estresse no trabalho. Em níveis elevados, essa condição desencadeia a famosa Síndrome de Burnout, condição de esgotamento físico e mental intenso que já acometeu mais de 32% dos profissionais atuantes no Brasil, ou seja, mais de 33 milhões de pessoas.
E em tempos de pandemia, os quadros de estresse tendem a se tornar ainda mais comuns, por isso, saber se ele está acima do aceitável (ou não) é fundamental.
Mas qual a definição de estresse?
Estresse é um conjunto de reações orgânicas e psíquicas desencadeadas pelo organismo frente a um estímulo. Quando isso acontece, o corpo entende que precisa ficar em estado de alerta para fugir ou lutar. Para isso, dispara doses maiores de hormônios como adrenalina, cortisol e norepinefrina.
Ainda que algumas vezes o estresse possa ser favorável até mesmo para a nossa sobrevivência, a exposição constante a esses hormônios pode desencadear diversos outros problemas de saúde, ou mesmo ser transformado em um problema crônico.
Fisicamente, alguns dos sintomas mais comuns do estresse são:
- Mudanças na qualidade do sono;
- Perda ou aumento do apetite;
- Problemas gastrointestinais;
- Sensação de esgotamento;
- Tensão e dor muscular;
- Queda de cabelo;
- Dores de cabeça;
- Taquicardia;
- Alergias.
Já do ponto de vista emocional e psicológico:
- Sentimento de perseguição;
- Sentimento de isolamento;
- Desmotivação;
- Irritabilidade;
- Emotividade;
- Ansiedade;
- Apatia.
Como saber se o seu nível de estresse está elevado?
Saber identificar se o estresse está acima dos níveis aceitáveis é, claro, essencial para buscar maneiras de reverter esse quadro.
Regina Beatriz Braga Montelli, psicóloga cognitivo comportamental e diretora da Clínica Núcleo de-stress orienta. “Quando há uma constante alteração do humor, com maior irritabilidade sem causa aparente, alteração no sono, memória ruim, diminuição do desejo sexual, sentimento de desesperança, podemos considerar que o estresse alcançou níveis acima do aceitável. Outros sintomas físicos também podem ser identificados, como gastrite, dor de cabeça, tensão muscular e cansaço, podendo chegar até a incapacidade de trabalhar ou ao infarto”.
Ainda de acordo com a especialista, quadros assim costumam ser desencadeados por mudanças que são comuns à vida de todo ser humano. O problema está quando o estresse se torna algo crônico, esgotando os recursos psíquicos e biológicos por conta do excesso de demandas, sejam elas decorrentes de cobranças internas ou externas.
“Não há problemas em entrarmos em estresse, mas é importante que cultivemos momentos diários de relaxamento para que não haja cronicidade e consequências nocivas”, ressalta.
Consequências do estresse no organismo
Quando o estresse é uma constante, a tendência é a de que ele se torne um gatilho para outras doenças físicas e mentais. Segundo Regina, isso acontece porque há uma diminuição da imunidade, em decorrência do aumento do consumo de vitaminas e sais minerais pelo organismo. Esses são fatores que podem levar a quadros de:
- Doenças cardiovasculares, tais como hipertensão, derrame cerebral, parada cardíaca, etc.;
- Irritabilidade e/ou agressividade;
- Síndrome do intestino irritável;
- Transtornos de ansiedade;
- Transtorno depressivo;
- Problemas sexuais;
- Disfunção sexual;
- Dores de cabeça;
- Hiperinsulinemia;
- Dores crônicas;
- Compulsões;
- Diabetes;
- Gastrite;
- Vícios.
Estresse em tempos de coronavírus
Como dissemos, o estresse no trabalho vem se agravando por conta do novo coronavírus.
A pandemia que levou o Brasil e o mundo a entrar em quarentena mudou a rotina pessoal e profissional de milhões de pessoas. Seja pelo home office, até então não praticado pela maioria dos profissionais, seja pelo medo de perder o emprego, o fato é que a COVID-19 se tornou motivo de preocupação dentro e fora dos ambientes corporativos.
“Temos passado por um looping de emoções que intensificam, sim, o nosso estresse. Elas são importantes para nossa sobrevivência, mas é muito importante interpretarmos que nossas emoções são termômetros que podem disparar como instinto protetor à reação de estresse. Tudo bem sentir medo, raiva ou frustração, mas é importante não deixar o pensamento ir longe, voltando o foco no aqui e no agora, acolhendo as emoções que surgirem como nossas aliadas e entendendo que o contato social, mesmo que virtual, com pessoas queridas ajuda, trazendo serenidade e comportamentos adequados neste momento”, analisa.
Dicas para reduzir o nível estresse
Para ajudar nesta fase, a especialista também sugere:
- Estabeleça uma rotina em casa com divisão dos afazeres (se houver mais de uma pessoa no local), com horário para acordar, trabalhar, se alimentar, etc. Isso ajuda a ter algum controle do dia a dia, o que traz sensação de segurança;
- Mantenha uma boa higiene do sono, evitando redes sociais antes de dormir ou notícias que possam ser mais estimulantes e atrapalhar o momento de descanso;
- Use pijamas só para dormir e não fique o tempo com esse tipo de roupa só por estar em casa;
- Mantenha uma alimentação saudável para que vitaminas e sais minerais (os mais consumidos pelo organismo durante a reação de estresse) sejam repostos, aumentando suas defesas;
- Mantenha o corpo em movimento praticando alguma atividade física leve ou moderada que seja prazerosa, como dançar, alongar, etc.;
- Tenha momentos diários para que possa ficar sozinho e praticar relaxamento com técnicas de respiração, inspirando contando até 4 e soltando o ar contando até 4, por alguns minutos;
- Diminua a exposição às notícias, acompanhando apenas fontes confiáveis e não se deixando levar por mensagens de temor;
- Caso o estresse seja do outro, foque na sua própria ação, mantendo a respiração consciente, tendo comportamentos construtivos e não se deixando levar pela emoção de outras pessoas.
Além disso, há outras ações que podem ajudar, tais como:
-
- Contar com uma boa rede de apoio formada por amigos e familiares;
- Ter mais momentos de lazer para “esvaziar a mente” e tirar o foco dos problemas;
- Reduzir a ingestão de cafeína;
- Procurar ajuda profissional sempre que considerar necessário.
“Que sejamos realistas, que nos cuidemos fisicamente com todas as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde. Que deixemos as suposições catastróficas de lado, confiemos na ciência e, principalmente, em nossa capacidade de acolhimento do outro e de nós mesmos”, finaliza Regina.
A Vida – wellbot (robô virtual) de bem-estar da Vidalink – também pode ajudar
A Vida é o wellbot (robô virtual) de bem-estar da Vidalink criado para promover a mudança de hábitos e o fortalecimento emocional dos profissionais dentro e fora do ambiente de trabalho por meio de trilhas de conteúdo criadas com exclusividade por especialistas em desenvolvimento comportamental (médicos, psicólogos, nutricionistas, educadores físicos e coaches).
Justamente por isso, ela consegue falar sobre saúde mental com o usuário driblando o estigma tradicional que envolve quadros de ansiedade e depressão e identificando antecipadamente comportamentos que indicam problemas relacionados à saúde emocional. Ela também dá suporte às pessoas com quadros diagnosticados, com informações sobre possíveis efeitos colaterais, terapias complementares e riscos de abandono do tratamento, além de lembretes de recompra da medicação, entre outras ações. Confira os detalhes no vídeo https://bit.ly/3bOhhqi.
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